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Já faz tempo que não me lembrava o que era esquecer os ponteiros do relógio, perdi a noção, mas certamente que já bateu a hora em que deveríamos estar a descansar.
Chegou a altura de te confessar, posso sussurrar-te ao ouvido? Deixa-me fazê-lo tão lentamente tal como me tens despido só com o olhar.
Já me começo a sentir nua, mas tão à vontade, como se o tivéssemos feito vezes sem conta.
Quase sem eu te falar de mim tu consegues adivinhar, passando os teus lábios molhados e aumentando a sensação, quando minutos antes colaste a tua à minha mão.
E eu sem saber se estou louca ou a agir carnalmente... Ahhhh, deixemo-nos de pensamentos agora, quero que me consumas e ainda há pouco te disse que já passa da hora. Sinto-me descoberta, apesar de todo este escuro. O espaço é pouco e a temperatura começa a não facilitar, o que dirá o futuro eu não sei, mas o meu corpo já está colado ao teu e não há mais como parar.
(...)
Demos o nosso melhor, perante todas as limitações, eu certifiquei-me não gritar em momentos de maiores tensões, porque lá fora não deixou de existir vida, embora o carro pareça estar num mundo à parte. Promete que não foi a única noite em que experimentámos este estado de arte.
E, de repente, já não sei em que parte estamos neste carrossel. Quando chegar a casa, vai ser difícil adormecer, a tentar recordar-me o que queria sussurrar-te ao ouvido e acabou por não acontecer.
“Para a próxima eu não me esqueço.”
Vou viciar-me facilmente em ti, mas surge por aí que o único vício bom é o amor. Não vamos tardar em fazê-lo.
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