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Ultimamente tem feito frio, as noites são geladas e as extremidades teimam em não querer aquecer. Estamos no pico do Verão, tal como quando te conheci. Desde que partiste que as estações são todas iguais. Que raio de clima este! Os dias cheiram-me a Inverno.
Ainda não me consegui habituar a esta nova sensação de perda, mesmo que contigo tenha passado toda a parte do tempo a perder-me.
Rendi a minha alma, o meu corpo, rendi aquilo que aos olhos do amor é chamado de coração. Não me arrependo de me ter perdido inteira, pois não haveria outra maneira de me conseguir somar.
Escuta, tu que ainda me ouves e não precisas de falar, ainda te vou ouvir novamente com essa voz que trazias, doce... aqui, na terra dos fisicamente vivos, ficou escrita a nossa história, tão bela a nossa história.
Fiz cumprir todas as juras, puras, sem esforço e eu sei que os ganhos foram consequências das minhas perdas, benditas. Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte “não nos separe”.
Temi mais a tua dor do que a tua partida, porque não foi uma despedida, tu só estavas cansado de respirar. Que nunca se canse o nosso amor, que jamais lhe falte o ar!
Pode demorar, mas a saudade vai passar quando nos reavermos noutra existência.
A ti, que vieste ao mundo em forma humana, preencheste da maneira exata o meu coração e continuas, seja em que espécie de vida for, a ser o único a quem hei de chamar de amor.
Até já!
Já faz tempo que não me lembrava o que era esquecer os ponteiros do relógio, perdi a noção, mas certamente que já bateu a hora em que deveríamos estar a descansar.
Chegou a altura de te confessar, posso sussurrar-te ao ouvido? Deixa-me fazê-lo tão lentamente tal como me tens despido só com o olhar.
Já me começo a sentir nua, mas tão à vontade, como se o tivéssemos feito vezes sem conta.
Quase sem eu te falar de mim tu consegues adivinhar, passando os teus lábios molhados e aumentando a sensação, quando minutos antes colaste a tua à minha mão.
E eu sem saber se estou louca ou a agir carnalmente... Ahhhh, deixemo-nos de pensamentos agora, quero que me consumas e ainda há pouco te disse que já passa da hora. Sinto-me descoberta, apesar de todo este escuro. O espaço é pouco e a temperatura começa a não facilitar, o que dirá o futuro eu não sei, mas o meu corpo já está colado ao teu e não há mais como parar.
(...)
Demos o nosso melhor, perante todas as limitações, eu certifiquei-me não gritar em momentos de maiores tensões, porque lá fora não deixou de existir vida, embora o carro pareça estar num mundo à parte. Promete que não foi a única noite em que experimentámos este estado de arte.
E, de repente, já não sei em que parte estamos neste carrossel. Quando chegar a casa, vai ser difícil adormecer, a tentar recordar-me o que queria sussurrar-te ao ouvido e acabou por não acontecer.
“Para a próxima eu não me esqueço.”
Vou viciar-me facilmente em ti, mas surge por aí que o único vício bom é o amor. Não vamos tardar em fazê-lo.
Penso, sim, claro que penso. Ainda me invades as noites quando quero tentar adormecer. Não é fácil o adormecimento.
Aprendi contigo que o teu silêncio não é sinónimo de esquecimento e que a tua ausência vai ser sempre casa da tua saudade.
Estou inundada em culpa e talvez seja por isso que me cobras. Irónico o sentido desta frase, quando eras tu que achavas que eu o fazia contigo.
Cortei os nós. Tive de o fazer. Fi-lo, provavelmente não da forma mais correta e, pela primeira vez, fui egoísta. (Não fui vingança.)
Nunca me levaste muito a sério e pensaste que eu queria o caminho mais fácil das coisas. Acredita que esta foi a maior prova que te podia dar de que isso não se transparece no real.
Naquele que era o nosso presente, já nem havia espaço para um futuro. Fomos um pretérito imperfeito, com objetivos diferentes, deduzia-te um pouco imaturo e eu cresci. Eu acho que cresci.
O que eu queria já não era o que tu querias, aquilo em que eu acreditava era sempre aquilo em que tu colocavas defeitos, mas isso não significa que tu estivesses errado.
Agora somos polos opostos.
Não és o lado mau, não és o assombro que há quem te queira fazer parecer. Eu lutei para que tivesses noção de que a vida não é apenas ser, sem mais nada.
A vida não tem intervalos e tu vais ter de penar muito para reaprender a viver.
Hoje podes estar a morrer por dentro, mas tenta tu adormecer, porque amanhã será melhor o recomeço.
Pareço-te fria, sem qualquer espécie de coração. Gostei de ti constantemente mas, para começar a gostar mais de mim, tive de aprender comigo própria a dizer-te que não.
Esta noite, tu lembraste-te de aparecer e eu confesso que não estava à tua espera. Era sempre eu a ir ao teu encontro.
Foram poucas as palavras. Disseste algo entre dentes e, nitidamente, não percebi.
Apareceste, mas continuo sem entender o que vieste cá fazer.
Hoje, tenho a certeza de que nunca te soube ler como és.
Desapareceste rapidamente e, mesmo assim, eu fui atrás, mais uma vez. Persegui as nossas ligações, as nossas memórias. Persegui-te adormecida, sem te conseguir alcançar.
Eu sonhei contigo?
Creio que ainda sinto a tua falta, não vou mentir. Queria que estivesses aqui, agora.
Que puta de dependência a minha.
É este o preço que tenho a pagar por ter esperado demais da vida real.
Por ti dei tudo o que podia
E findou por ficar na melancolia.
Se desta for um “adeus”, não me voltes a dizer “olá”
Porque não sabes, nem sentes a mossa que isto me faz por cá.
Tornei-me numa personagem que nunca quis ser
Fiz de fantoche, mimo, boneco de trapos e tudo sem querer.
Dizias que por ela estava louco,
Que não saía deste sufoco
E não percebias o que estava a sentir,
Quando eu sei que no fundo, era só uma desculpa
Porque o teu melhor passatempo era baseado na palavra “mentir”.
Talvez mais tarde entendas o que me foi na alma,
Dizem que o tempo tudo leva, tudo acalma,
E por ela vou fingindo estar apaixonado.
Fico longe daqui, já que contigo não chegava a ir a qualquer lado.
Não bebo para festejar, acredita
E espero que a história não se repita
Porque me sinto completamente acorrentado.
Talvez daqui a uns anos, quando tiveres tu outros planos,
Acabes por entender
Que o tempo que me restava, era com ela que passava
Na esperança de te conseguir esquecer.
Agora, à beira do abismo,
Entrego a minha alma ao além,
Estou a suavizar com este eufemismo,
Mas dou-te um conselho:
Nunca te apaixones por ninguém!
Fiquei acabado e interdito ao amor
Com as lágrimas que derramo com a ajuda deste álcool em estado puro,
Que é o mais próximo que tenho do teu calor.
Fica na tua consciência plena
Se achas que os anos passados foram os corretos,
Errei vezes sem conta, mas foram os meus prediletos.
Elogiava a pessoa perfeita que criei na minha cabeça
Já te desejei muito mal, mas prevejo que isso não te aconteça.
Vou ficando por aqui, a agarrar na próxima litrosa.
Sabes onde paro, onde estou,
Não vou mais à tua porta para dar show,
Nem me venhas procurar, toda chorosa.
Odeio-te, porque a tua carência é tão intensa como a tua presença.
Eu quero. Quero escrever sobre outro assunto qualquer e não consigo. Garanto-te que me sentei com a ideia de escrever sobre outra coisa sem seres tu. Bolas, que isto é complicado, tentar escrever sobre algo que esteja ao nosso lado e tudo me faz lembrar de ti!
Até os biscoitos do gato que estão na secretária, o sapato que tenho espalhado no chão do meu quarto, as almofadas que permanecem na cadeira. Haverá alguma maneira de eu me abstrair?
Inclusive na minha própria casa tu invades o meu espaço sem pedir autorização, tu entras sem dizer nada, como se isto fosse tudo teu! Enganas-te! Foi a última vez que o fizeste!
Tirei o dia de folga para fazer limpezas, peguei no pano do pó, no balde, na esfregona e comecei a limpar as impurezas, porque cada canto desta vivenda, de cada móvel, transpira à tua pessoa. É um cheiro a ti que não se aguenta! E tanto que eu me perdi nessa fragrância, sem teres deixado cá o teu perfume.
Fiz uma pausa para comer, sentei-me ao redor da mesa e vi-te. Vi o teu reflexo no vidro de tão limpo que ficou. Tanta história que ela tem, se falasse...
Dizias que adoravas aquelas pernas e não eram as da mesa, a bancada de mármore era a tua favorita, gostavas da textura e do facto de ser exatamente à tua medida. Preparavas cozinhados fenomenais.
Lá estou eu, outra vez, a tentar mandar-te embora de minha casa, porque já se faz tarde, já há muita hora que se faz tarde! Tens de sair! Sem que eu te dê boleia e, desta vez, só o desejo te vai acompanhar à tua casa!
Estou exausta, hoje foi um dia cansativo. Tentei arrumar a casa toda enquanto tu a desarrumavas na minha cabeça.
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