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Ontem fui eu quem quis beber.
Já nem me lembrava de como era a sensação.
Bebi tanto que o meu coração ficou vazio, mas não me limitei a beber um tipo só. Fiz misturas, embora farta de saber que isso não se faz. A merda do amor é como bebida: não faças misturas e bebe sempre na dose recomendada, não te excedas!
Fiz um cocktail de emoções e agora talvez esteja a sentir falta de algo que nunca foi realmente meu.
Talvez eu nem exista dentro de ti.
As recordações não paravam de me encher a cabeça, essas que, provavelmente, até já esqueceste e por cada recordação, bebi mais um copo.
Tentei construir uma história contigo, mas fizeste questão de ser só tu o narrador.
Tens produzido caos onde tudo costumava ser melodia.
Confesso que estou de ressaca. Costumam dizer que nada melhor do que beber de novo para a curar. Não sei o que vou ingerir hoje. Também não sei o que é feito do amor.
Mas não te culpo, ainda vais ter de procurar primeiro o amor próprio, talvez perdido num copo de vinho.
Bebes comigo, hoje?
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