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Ela apareceu e destruiu o que havia entre nós.
Na realidade, acho que mesmo antes de existir um “nós”, ela já fazia parte da tua vida, que era a tua mais querida, mas ignorei.
Ignorei que por ela estavas cego e que não havia espaço para mais nada, nem para a tua própria namorada.
O pior é que tu sabes disso e eu não entendo se fazes propositadamente para me magoar ou porque gostas de te magoar a ti próprio.
Eu não gosto!
Não gosto do tempo que perdes a pensar nela, quase sempre à janela, de manhã, de tarde, de madrugada...
Não gosto do vento gelado, inusitado, que deixas entrar pela casa dentro, quando só a ela pensas os lábios encostar.
Não gosto da vossa intimidade e achava eu que com o passar da idade ela própria se ia passar.
Não gosto do jeito agressivo com que me diriges a palavra e com o chegar da noite, lá volta ela e tudo se agrava, para um recomeço daquilo que não acabou.
Não gosto quando repara todo o mundo nesse teu estado profundo de amor.
Não gosto que gostes mais de a tocar, de a agarrar, de a levar para a cama do que a mim.
Não gosto que as coisas assim tenham sucedido e que só para ela não exista a palavra “Fim”.
Tirou-te as ilusões e as desilusões, a sobriedade, a consciência, os amigos, eu.
Foi ela a causa e a solução de todos os nossos problemas. Sim, nossos! Mesmo que continues a dizer que não, ela também era um problema meu.
Ela é um vício maldito, esquisito, que teima em não desaparecer da tua vida.
Eu não sei quanto a ti, mas acredita que tão cedo eu não me apaixono porque a merda da bebida estragou a parte mais bonita e romântica que pertencia ao meu coração.
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