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Eu quero. Quero escrever sobre outro assunto qualquer e não consigo. Garanto-te que me sentei com a ideia de escrever sobre outra coisa sem seres tu. Bolas, que isto é complicado, tentar escrever sobre algo que esteja ao nosso lado e tudo me faz lembrar de ti!
Até os biscoitos do gato que estão na secretária, o sapato que tenho espalhado no chão do meu quarto, as almofadas que permanecem na cadeira. Haverá alguma maneira de eu me abstrair?
Inclusive na minha própria casa tu invades o meu espaço sem pedir autorização, tu entras sem dizer nada, como se isto fosse tudo teu! Enganas-te! Foi a última vez que o fizeste!
Tirei o dia de folga para fazer limpezas, peguei no pano do pó, no balde, na esfregona e comecei a limpar as impurezas, porque cada canto desta vivenda, de cada móvel, transpira à tua pessoa. É um cheiro a ti que não se aguenta! E tanto que eu me perdi nessa fragrância, sem teres deixado cá o teu perfume.
Fiz uma pausa para comer, sentei-me ao redor da mesa e vi-te. Vi o teu reflexo no vidro de tão limpo que ficou. Tanta história que ela tem, se falasse...
Dizias que adoravas aquelas pernas e não eram as da mesa, a bancada de mármore era a tua favorita, gostavas da textura e do facto de ser exatamente à tua medida. Preparavas cozinhados fenomenais.
Lá estou eu, outra vez, a tentar mandar-te embora de minha casa, porque já se faz tarde, já há muita hora que se faz tarde! Tens de sair! Sem que eu te dê boleia e, desta vez, só o desejo te vai acompanhar à tua casa!
Estou exausta, hoje foi um dia cansativo. Tentei arrumar a casa toda enquanto tu a desarrumavas na minha cabeça.
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