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Ontem fui eu quem quis beber.
Já nem me lembrava de como era a sensação.
Bebi tanto que o meu coração ficou vazio, mas não me limitei a beber um tipo só. Fiz misturas, embora farta de saber que isso não se faz. A merda do amor é como bebida: não faças misturas e bebe sempre na dose recomendada, não te excedas!
Fiz um cocktail de emoções e agora talvez esteja a sentir falta de algo que nunca foi realmente meu.
Talvez eu nem exista dentro de ti.
As recordações não paravam de me encher a cabeça, essas que, provavelmente, até já esqueceste e por cada recordação, bebi mais um copo.
Tentei construir uma história contigo, mas fizeste questão de ser só tu o narrador.
Tens produzido caos onde tudo costumava ser melodia.
Confesso que estou de ressaca. Costumam dizer que nada melhor do que beber de novo para a curar. Não sei o que vou ingerir hoje. Também não sei o que é feito do amor.
Mas não te culpo, ainda vais ter de procurar primeiro o amor próprio, talvez perdido num copo de vinho.
Bebes comigo, hoje?
Tu falhaste! Tínhamos um acordo e tu falhaste!
Em nenhuma cláusula estava explícito que serias provisória.
Quis aconselhar-me com a vida e cheguei à conclusão de que por ela própria me deixei ser enganada. Aquela que era a minha advogada fez com que eu abrisse mão de ti.
De repente a vida vira-nos do avesso.
Sabes o que é pior? É que eu não sei se isto faz com que haja rescisão.
Nunca fui muito entendida em leis.
Desconhecia também o facto de que agregada a ti vinha o medo.
Esse sacana que me levou a esperança. Por sua causa não sei sequer se vou voltar a querer firmar outra espécie de vínculo contigo. Sabes... até naquelas que se chamam prisões, as de verdade, existe uma data, um dia certo em que tu sabes que a partir dali, vais ser livre.
Connosco foi diferente.
Quando assumi ter um compromisso sério contigo, eu não esperava que fosse este o desfecho.
Traíste-me. Certamente que a culpa não foi só tua e eu fiz algo ruim para teres agido desta forma.
Agora só me resta o medo. O medo de não conseguir mais ser livre por fora, o medo que me impede de ser livre por dentro. O medo.
É tudo tão recente e tanto que eu já sinto a tua falta, Liberdade.
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